Uma visão espiritualista sobre a doença
A doença é o resultado do desequilíbrio energético do corpo em razão da fragilidade emocional do espírito que o aciona. Os vírus, as bactérias e os demais microrganismos devastadores não são os responsáveis pela presença da doença, porquanto eles se nutrem das células apenas quando se instalam nas áreas em que a energia já se encontra debilitada. O mais importante é lembrar, então, que os medicamentos matam os invasores, mas não restituem o equilíbrio como se deseja se não há a irradiação de forças sadias que sustentem o corpo.
Assim, a conduta moral e mental dos homens, quando cultivam as emoções da irritabilidade, do ódio, do ciúme, do rancor e das dissipações, impregna o organismo com vibrações deletérias que bloqueiam áreas por onde se espalha a energia saudável, abrindo campo para a instalação das enfermidades. As causas profundas das doenças, portanto, estão no indivíduo mesmo, que deve se auto-examinar, a fim de libertar-se desse tipo de sofrimento.
Com relação ao entendimento das doenças, o Espiritismo é uma doutrina que introduz ao conhecimento médico um vastíssimo campo de estudo, ampliando diagnósticos e introduzindo uma nova compreensão para justificar a razão do sofrimento que a doença nos traz. Entretanto, o Espiritismo não veio para competir com qualquer especialidade médica e sua principal atuação não é a de produzir curas. Seu papel primordial é o de iluminar e esclarecer, para que cada criatura promova por si própria, sua reeducação espiritual. Ou seja: sem reforma íntima não vai ocorrer progresso nem cura. Neste sentido, as doenças são compreendidas como lições com grande potencial de transformação e trazem oportunidades de renovação e crescimento espiritual.
Dentro do contexto apresentado, a doença é um caminho a ser percorrido e como trilhá-lo depende única e exclusivamente do doente. Cada sintoma indica elementos que faltam para a perfeição interior, transformando-se em oportunidades de desenvolvimento. Caso se ignore essa indicação e a responsabilidade nela implícita, pouco muda, tudo continua como antes. Porém, todo problema de frustração que for enfrentado com realismo e tratado de um modo organizado aumenta a força da personalidade. Todo fracasso com o qual se aprendeu uma lição, proporciona tanto uma experiência como um recurso que ampliam nossa capacidade de enfrentar novos problemas. Consequentemente, a doença passa a ser então a própria cura, e já não é mais vista como o oposto de saúde e o leito de enfermidade é lugar para acuradas meditações e estabelecimento de metas, que a agitação do cotidiano em outra situação não permitiria.
Sabemos que estamos submetidos a um mecanismo de causa e efeito que nos premia com a saúde ou corrige com a doença, de acordo com nossas ações. E foi por isso que Padre Léo disse certa vez ao Padre Fábio de Melo: "Meu filho, eu nunca pedi a Deus que me curasse do meu câncer, porque seria muito injusto eu plantar limão e querer colher outra coisa. Eu fumei a vida inteira. Então, eu peço a Ele que me ensine a morrer do jeito certo. Se eu não faço minha parte, eu me pergunto: será que é honesto eu pedir que Deus faça a parte Dele? Ele já fez a parte Dele nos dando a vida, precisamos fazer a nossa parte cuidando dela!"
Pois é. O câncer é uma das mais intrigantes patologias que ameaçam a vida e a felicidade humana na Terra. Provocando deformidades indescritíveis, desorganizando anatomias muito bem estabelecidas e devorando destinos, essa estranha doença não pôde até então ser devidamente compreendida e controlada pelo homem. A ciência busca desvendar sua origem e sua fisiopatologia, a fim de estabelecer métodos terapêuticos eficazes em seu combate e prevenção, procurando no cerne da própria matéria as razões últimas de seu desenvolvimento. Por outro lado, as chamadas ciências espiritualistas, entre elas a Doutrina Espírita, estabelecem explicações outras, todas calcadas no campo sutil do espírito e no desvio de seu comportamento moral, entendendo que essa dramática enfermidade não diz respeito ao Criador, tratando-se nada mais que acidentes próprios da vida na matéria.
A ciência espírita parte do acertado pressuposto de que nossa organização física é uma entidade orientada pela consciência, nosso ser eterno, o espírito, através de um segundo corpo, o perispírito. Estruturado em substância não física, ainda incompreendida pela ciência humana, tal organismo sutil seria o responsável não só pelo sustento energético como pela orientação de nossas células, promovendo-lhes as inúmeras diferenciações, necessárias aos trabalhos específicos que executam. Esse corpo etéreo, o períspirito, guiaria a anatomia e a fisiologia celular, desde a intricada embriogênese no seio uterino até as interações e especializações celulares encontradas na organização humana. Formas, disposições, ritmo de crescimento e a afanosa e organizada tessitura biomolecular empreendida pelas células seriam, portanto, funções orientadas com sabedoria por esse campo espiritual, sob a regência do espírito imortal.
E assim se explica a coerência, a harmonia e a eficácia de entidades menores, que não podem conhecer as necessidades e o fim último do conjunto ao qual pertencem. As células, por exemplo, sintetizam enzimas e hormônios com a exata conformação de receptores em membranas de outras células, posicionadas em sítios muito distantes de onde vivem e com as quais jamais estiveram em contato – uma tarefa parecida com um chaveiro que deve confeccionar chaves para fechaduras que não tem em mãos para conhecer o preciso molde.
A noção desse comando central, conferindo interatividade e coordenação ao vasto trabalho celular a serviço da vida, não é um conceito novo. E, uma vez que aceitarmos a tese da existência de um controle diretor, o espírito, e seu sutil campo de ação, o perispírito, compreenderemos com facilidade que modificações desse ordenamento central podem promover roturas no tecido biomagnético sustentador das formas biológicas, a refletir-se diretamente na conformação, no trabalho e na vida celular e, consequentemente, no corpo humano como um todo.
Segundo André Luiz, nossas células são “animálculos infinitesimais domesticados” a serviço de nossa unidade orgânica. Recebem, assim, permanentemente, instruções e executam ações determinadas pelo campo energético perispirítico que as orienta. Na falta dessa sábia orientação superior, as células deixam-se conduzir nada mais que por seus cegos automatismos, segundo suas próprias naturezas. Dessa maneira, defeitos nessa interface físico-etérea é que se responsabilizariam, em última instância, pelas patologias celulares, dentre elas, naturalmente, o câncer. Sem o sustento e a orientação do campo perispirítico, as células desorientam-se, modificando substancialmente suas formas e funções, desencadeando, dessa maneira, nossos diversos tipos de tumores.
Por isso hoje se pergunta se a batalha contra o câncer deve seguir apenas o caminho tecnológico, penetrando cada vez mais nos mecanismos genéticos da intrigante enfermidade... Não estaríamos combatendo nada mais que as consequências e não as verdadeiras causas dos tumores? Se assim o for, certamente continuaremos a carregar o pesado fardo da oncologia até o dia em que compreendermos que a doença está consolidada como uma perturbação da própria natureza humana e mesmo da vida na Terra e nos dispusermos a modificar substancialmente as reais e mais profundas causas que desencadeiam a indesejável ocorrência dos tumores em nossas vidas.
Um intuito de reparação energética estaria então na raiz da patogênese metafísica do câncer, representando, portanto, nada mais que um processo de cura da alma imortal. Ainda que desencadeie a completa desorganização física e possa levar ao desenlace final do enfermo, o processo resulta invariavelmente em ganho por promover a recomposição da lesão perispiritual básica. Segundo os ensinos espíritas, a natureza priorizaria, nesse caso, a integridade de nossa consciência e a saúde de nosso corpo perispirítico, sacrificando, para isso, muitas vezes, nossa vida e nosso bem-estar na carne. Finalizando, conclui-se facilmente, que, sob a ótica espírita, as neoplasias não são castigos divinos, mas sim processos de recomposição e cicatrização de nossas malhas perispirituais, esgarçadas pelas crueldades que praticamos contra nossos irmãos de jornada e contra nós mesmos, normalmente em vidas pregressas, mas também em nossa reencarnação atual.
Quer aprofundar um pouco mais sobre o assunto DOENÇAS x ESPIRITUALIDADE??? Esse artigo da Revista Cristã de Espiritismo aborda vários temas relacionados ao desenvolvimento do câncer e como nossa fé e nossa compreensão sobre as causas de nossas enfermidades podem nos ajudar a combater os verdadeiros causadores de nossos males. Não deixem de conferir: http://www.rcespiritismo.com.br/conteudo_site/pdf_anteriores/Rce21/materia1.pdf
Nesse outro texto muito interessante, Leonardo Boff discute como a espiritualidade é importante para a manutenção de nossa saúde: “Força maior, entretanto, é a fé de sentir-se na palma da mão de Deus. Entregar-se, confiadamente, à sua vontade, desejar ardentemente a cura, mas também acolher serenamente sua vontade de chamar-nos para si: eis a presença da energia espiritual. Não morremos, Deus vem nos buscar e nos levar para onde pertencemos desde sempre, para a sua Casa e para o seu convívio. Tais convicções espirituais funcionam como fontes de água viva, geradoras de cura e de potência de vida. É o fruto da espiritualidade.” Leia o texto na íntegra, acessando: https://leonardoboff.wordpress.com/2013/11/16/a-importancia-da-espiritualidade-para-a-saude/
Fontes de consulta
Fraternidade Espírita Luz do Cristianismo
Por que adoecemos? Saiba a explicação do espiritismo. Disponível em: http://fraterluz.blogspot.com.br/2014/11/por-que-adoecemos-saiba-explicacao-do.html#more. Acesso: 20/06/2015.
Gilson Freire – Site pessoal
O Câncer na Visão de Pietro Ubaldi. Disponível em: http://www.gilsonfreire.med.br/index.php/ubaldianos/o-cancer-na-visao-de-pietro-ubaldi Acesso: 22/07/2015.
Grupo de Estudos Allan Kardec
Câncer na visão espírita. Disponível em: http://grupoallankardec.blogspot.com.br/2010/01/o-cancer-e-enfermidade-carmica.html Acesso: 22/07/2015.
Instituição Espírita Joanna de Ângelis.
Doenças espirituais. Disponível em: http://www.ieja.org/portugues/Estudos/Artigos/p_doencasespirituais.htm
Acesso: 22/07/2015.
Joanna de Ângelis (Psicografia de Divaldo Pereira Franco)
Livro: Plenitude
Núcleo Espírita Nosso Lar – Centro de apoio ao paciente com câncer
Causas emocionais das doenças. Disponível em: http://www.nenossolar.com.br/index.php?option=com_content&view=article&catid=18:doencas-iii&id=176:causasdoencas. Acesso: 20/06/2015.