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Depoimento - "Venci o Câncer de Mama"

O Grupo Irmãos de Maria reunirá, periodicamente, depoimentos de pessoas que enfrentaram algum tipo de câncer e o superaram. Dando início à esta série de depoimentos motivadores, que nos fazem refletir como a enfermidade pode ser uma oportunidade única de crescimento e amadurecimento espiritual, teremos hoje o depoimento de uma mulher forte e vencedora: Maria Helena Moraes Hirschmann.


Maria Helena, atualmente, é uma das trabalhadoras do Grupo Irmãos de Maria (GIM), participando das visitas de apoio fraterno aos enfermos que o GIM assiste. Quando esta mulher admirável chegou ao GIM para a reunião de estudos, todos os trabalhadores do grupo sentiram-se impressionados com a força de vida e fé que emanava, trazendo para cada reflexão que fazíamos sobre o câncer e a enfermidade, sua experiência pessoal, cheia de sabedoria e bom ânimo. Esta troca de experiências e da sabedoria que o GIM pode desfrutar convivendo com Maria Helena, motivou-nos a pedir a ela que nos ajudasse na campanha "Outubro Rosa", deixando-nos seu testemunho de como enfrentou o câncer de mama, há 25 anos atrás. Prontamente, esta mulher de fibra e de peito aceitou, bindando a todos que visitarem este site com seu exemplo de coragem, perseverança e fé na vida.


Fique com o depoimento de nossa querida Maria Helena, e carregue em você a mesma força de vontade que ela transborda em suas palavras, como diria Milton Nascimento: "Maria Maria é um dom, uma certa magia, uma força que nos alerta (...) Mas é preciso ter manha, é preciso ter graça, é preciso ter sonho sempre. Quem traz na pele essa marca possui a estranha mania de ter fé na vida."


Meu nome é Maria Helena

Em janeiro de 1990 fui morar em Toronto, Canadá, devido ao trabalho de meu marido.

Sempre me preocupei em fazer anualmente meus exames ginecológicos, pois acredito na medicina preventiva. Assim, em maio daquele ano, procurei um ginecologista, que incluiu na lista de exames a mamografia. Fiquei meio assustada, pois nunca havia feito e no Brasil, naquela ocasião, só era pedido mamografia para pessoas com antecedentes de câncer mamário familiar ou com nódulo (no Canadá esta prática já era feita para mulheres acima de 40 anos ).

A mamografia detectou uma calcificação abaixo do bico do seio esquerdo, um lugar bastante difícil de ser percebido pelo toque.

Após a biópsia recebi a notícia de se tratar de tumor maligno e com necessidade de mastectomia radical, ou seja, a retirada completa do seio.

Naquele momento meu chão sumiu. Eu que sempre me julguei uma pessoa forte e positiva , dei-me conta de quão vulnerável era. Primeiro pensamento: "por quê euuuuu?" e como poderia enfrentar uma operação sem ter o domínio completo do idioma?..

O médico me disse que estaria fora por 30 dias, mas que no meu caso, isto não era importante, pois não havia urgência, visto se tratar de um tumor muito pequeno. Esses foram os dias mais longos que vivi. Imaginava as minhas células sendo comidas pelo câncer e a minha total impotência em poder combatê-los.

No dia 17 de setembro fui operada em um hospital escola e sendo a saúde canadense totalmente estatal, estranhei muito o atendimento rude dos enfermeiros.

Só vi minha cicatriz após 9 dias, quando retornei a minha casa. O choque foi grande, pois a cicatriz era muito grande e funda, neste momento pensei que seria muito melhor ter morrido.

Não precisei fazer quimioterapia nem radioterapia.

Minha família e uma voluntária, que também tinha tido câncer de mama, foram muito importantes na minha recuperação, pois o apoio que me deram me fizeram entender que continuava amada e respeitada.

Hoje já se passaram 25 anos. Momentos maravilhosos eu vivi, o casamento das minhas filhas, o nascimento dos meus netos...

Agradeço a Deus pela minha vida e pela oportunidade de entender que a nossa maior beleza é a espiritual.


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